Conhecido como Reação Thérmidoriana, o golpe de Estado armado pela alta burguesia financeira marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário. Em compensação, os estabelecimentos comerciais cresciam pois a idéia burguesa havia eliminado os empecilhos feudais. O novo governo, denominado Diretório (1795-1799), autoritário e fundamentado numa aliança com o exército (então restabelecido após vitórias realizadas em campanhas externas), foi o responsável por elaborar a nova Constituição, que manteria a burguesia livre de duas grandes ameaças: a República Democrática Jacobina e o Antigo Regime.
O Poder Executivo foi concedido ao Diretório, e uma comissão formada por cinco diretores eleitos por cinco anos. E, Apesar disso, em 1796 a burguesia enfrentou a reação dos Jacobinos e radicais igualitaristas. Babeuf liderou a chamada Conspiração dos Iguais, um movimento socialista que propunha a “comunidade dos bens e do trabalho”, cuja atenção era voltada a alcançar a igualdade efetiva entre os homens, que segundo Graco, a única maneira de ser alcançada era através da abolição da propriedade privada. A revolta foi esmagada pelo Diretório, que decretou pena de morte a todos os participantes da conspiração, e o enforcamento de Babeuf.
Externamente o Diretório teve de lutar na Europa Ocidental e na Suíça, além de Malta, Egito e Síria. Foi aí que se destacou a figura de Napoleão Bonaparte, um talentoso oficial do exército que bem jovem se tornou uma das principais figuras da história francesa.
Iniciou-se após o golpe de 9 de Thérmidor (mês de junho),com a queda de Robispierre e seus colaboradores. O diretório era composto por cinco membros e fortalecia o poder da burguesia de tendência monarquista em detrenimento dos revolucionários e do povo. Nesse período estava se destacando nas frentes da batalha Napoleão Bonaparte que, embora nascido na Córsega, aderiu com entusiasmo a revolução francesa, tornando-se vitorioso sobre os inimigos da França na Itália e Áustria. Em 18 de Brumário (mês de novembro) Napoleão, de volta da camapanha do Egito contra a Inglaterra, mediante um golpe com apoio de membros do governo depôs o diretorio e instalou o consulado.
O estilo Direório que surgiu no mobiliário a partir do Luis XVI não foi tão subtamente o quanto foi politicamente porém os marceneiros não se atreveriam a se opor ao novo regime e com isso abonaram qualquer motivos e ornamentos que caracterizasse o antigo regime monarca. Manteve-se a proporção e os motivos de ornamentação clássica. Os móveis continuavam com as pernas retas poendo ocorrer das pernas de tras serem ligeiramente voltadas para fora. É um estilo transicional entre o Luis XVI e o Império. O movimento surgido no último quartel do século XVIII, abrangendo inicialmente a arquitetura, pintura e escultura, baseou-se (também) no retorno a formas greco-romanas, mas não foi – segundo historiadores – o mesmo Clássico do Renascimento. Foi acadêmico e romântico. Chamado de Neoclássico ( mais uma vez o entrelaçamento de estilos em um mesmo período), representava uma reação contra o luxo, prazeres e futilidades do período Luís XV, buscando mais simplicidade e ponderação, mais de acordo com a situação econômica da França. O movimento continuou em direção ao clássico antigo faz de acordo com o gosto dos revolucionários, fazendo com que o estilo estilo império triunfe.
Muitas peças de estilo Directório trazem diretamente a tradição neo classica do Luis XVI mais severamente conservando o ornamento clássico as linhas direitas do Neoclassicismo. Neste momento que o gosto pelas alegorias diminuia, emblemas revolucionários como frígio caps (liberdade), níveis de bolha (igualdade), as mãos entrelaçadas (fraternidade), piques (a liberdade do homem), triângulos com um olho no meio (motivo), as três ordens da nação ou da cruz (clero) , espada (nobreza), e encimado por uma pá barrete frígio (terceiro estado) eram adoptadas.
A Revolução trouxe em sua esteira a supressão das corporações de ofício, que foram dissolvidos em 1791. Isso significava que as regras e regulamentos a que as guildas de comércio tinha regido o treinamento completo dos artesãos, a sua longa aprendizagem foram abolidas e a liberdade total de produção foi permitida em todos os ofícios. Artes de luxo, tais como fabricação de móveis, começou a declinar a partir desta reforma, exceto para o mobiliário de luxo feitas sob o Primeiro Império e em qualquer caso, produzido por artesãos formados nas grandes tradições construído com tanto cuidado por Luís XIV e seus dois sucessores sob o sistema de guildas artesanais.
Na total impossibilidade de se criar um novo movimento, uma revolução artística tão completa e repentina quanto a Revolução Francesa que trouxe mudanças profundas na política, na filosofia e no social, os artistas, decoradores e marceneiros procuraram mostrar sua lealdade ao novo regime eliminando todos os vestígios que lembrasse a monarquia. Algumas peças foram pintadas em tom claro e tinham linhas em vermelho e azul, as cores da bandeira. As madeiras mais usadas eram o carvalho e nogueira. No curto período do Diretório, não houve grande produção de móveis, todas as peças fabricadas mantendo as características do estilo Luís XVI com a exclusão dos ornatos que de alguma forma lembrassem a monarquia.
A decoração de interiores vai assumir um papel de extrema importância neste estilo, surgindo a moda dos salões, onde as pessoas procuram esquecer os terrores da revolução e estar em sociedade. De um modo geral o interior ganha em leveza e elegância. As tapeçarias são substituídas pelo papel de parede; as cortinas, assim como os têxteis sobre o mobiliário, são simples e estreitos, e apresentam agora decoração classicista no lugar dos brocados anteriores. Estruturas depuradas e simples, proporções equilibradas, linhas direitas ou curvas discretas, e decoração de inspiração na Antiguidade;
Tipologias:
Nomes de destaque: De entre os artífices que trabalham de um modo mais simples e rápido para clientes menos exigentes, sobressai Georges Jacob, um dos poucos que continua a desenvolver trabalhos de qualidade segundo a tradição dos estilos anteriores. Efectuou várias peças de mobiliário para as pinturas de Jacques-Louis David.